quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Ingresso comprado

Nunca me senti assim por causa de um filme. Nem Lua Nova me anima tanto. Sinto como se estivesse prestes a vê-lo, ao vivo, no palco. É muito estranho. Comprei ingressos pra duas sessões no mesmo dia, fora as que ainda devo ver nas duas semanas em que estiver em cartaz. É como se, depois desse filme, Michael fosse desaparecer. Fico dividida entre a emoção de vê-lo "em ação" depois de tantos anos e a certeza de que, na verdade, ele nunca mais estará em ação. Sensação de "nunca mais" é uma das piores para se sentir, um dia falo mais sobre isso...
Anyway, This Is It!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Mais um adeus


Êta aninho brabo!
Morreu ontem mais um dos meus ídolos, Patrick Swayze.
Embora a morte de Patrick fosse "esperada", já que ele lutava com um câncer de pâncreas há alguns anos, não deixa de ser uma perda sentida. Primeiro, porque ele, como Michael, também se vai muito novo (57 anos). Depois porque ele representava, junto com Matt Dillon, Tom Cruise, Ralph Macchio, Rob Lowe e Emilio Estevez, um time de "galãs" (ainda se usa essa palavra??) que foram ícones dos anos 80 pelos filmes de que participaram - quem não se lembra de Vidas Sem Rumo, O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas ou Clube dos Cinco está muito novo pra ler meu blog! :) Posso dizer com toda segurança que esses caras eram os Zac Efrons e Robert Pattinsons dos meus dias de infância, com menos glamour, mas mais versatilidade.
Tanta versatilidade tinha Patrick que ser ator era só uma das coisas que ele sabia fazer bem; a outra era dançar. Ele era bailarino de formação, trabalhou na Broadway e chegou a ser convidado para trabalhar com Mikhail Baryshnikov, mas não pôde fazê-lo devido às lesões nas pernas de quando era jogador de futebol americano.
Patrick era tão apaixonado por dança que mesmo a biografia que escreveu meses antes de morrer, com a ajuda da mulher, Lisa Niemi (também bailarina) chama-se "One Last Dance" (que é também o nome do filme de dança que fizeram juntos em 2003).
E foi dançando que Patrick marcou minha vida. O filme Dirty Dancing, de 87, é até hoje meu filme favorito, sem discussão. Paro o que estiver fazendo para vê-lo e me emociono todas as vezes. A cena final entre ele e Jennifer Grey é algo tão forte para mim que evoca uma sensação absolutamente particular quando a vejo: fico eufórica, é felicidade em estado puro. Nesse filme, Patrick também cantou: ouça She's Like The Wind, da maravilhosa trilha sonora inspirada nos anos 60. Já conhecia a música, não? Pois é dele!
Em 90, em Ghost - Do Outro Lado da Vida, outro filme delicioso que marcou toda a década, ele esteve absolutamente fantástico. Patrick era um daqueles raros casos de homens bonitos e charmosos que não precisam se esforçar em nada para se fazerem irresistíveis. Devo ter visto Ghost umas vinte vezes e pra mim a cena em que ele, já "desencarnado", passa a noite cantando no ouvido de Oda Mae (Whoopi Goldberg), é uma das melhores atuações da carreira de ambos.
Por fim, destaco Caçadores de Emoção, em 1991, com Keanu Reeves. Patrick como um surfista assaltante de bancos, além de comprometer a flexibilidade da minha mandíbula para sempre, de tanto que meu queixo caiu com a beleza dele nesse filme, dá um banho bem dado de atuação em Reeves que, vamos combinar, nasceu e vai morrer sendo o Neo de Matrix.
Há ainda filmes menos blockbuster, como Para Wong Foo, Obrigada Por Tudo, Julie Newmar, em que ele interpreta um travesti (papel corajoso para quem era um símbolo sexual), Matador de Aluguel, Donnie Darko, enfim, a lista vai longe, e o talento de Patrick era tão extenso quanto ela.
Eu tenho meio que uma experiência "pessoal" com Patrick: nos anos 90, logo depois de Ghost, ele veio ao Brasil e ficou hospedado no Copacabana Palace, onde eu tinha uma prima que era guest relations. Minha prima disse que ele era simplesmente o camarada mais legal do mundo, simples, simpático, sem nenhum estrelismo. Com frequência, descia à recepção pessoalmente para pedir algo ou fumar - ele fumava escondido da mulher - e em geral, vinha só de calça jeans. Desnecessário dizer que minha prima precisou de toda a concentração e fôlego que podia reunir para conversar com ele de forma coerente :) Acabou que ela me mandou uma foto autografada (que não é a que está abaixo) e que, devido à morte dele, claro que vou revirar minha vida de cabeça pra baixo prá achar.
Enfim, eu gostava muito de Patrick. Tinha talento, beleza, humildade, simpatia. Eu poderia acrescentar que era também discreto e nunca, nunca mesmo, esteve envolvido em polêmicas, escândalos, mas isso não é algo que uma fã de Michael Jackson veja como uma especial qualidade ;)
Eu gostava de Patrick principalmente porque ele parecia ser absolutamente genuíno e marcou uma época de inocência e romantismo que eu vejo lentamente se esvair, e isso me dói.
Tá bom, né, Dona Morte, já deu! Pode recomeçar agora só em 2010...






terça-feira, 8 de setembro de 2009

Dos fofos

A idéia partiu de um amigo. Conversávamos sobre o conceito de "fofura masculina" e esse meu amigo disse sentir-se extremamente incomodado quando uma mulher com quem ele está saindo o chama de "fofo"...
" - Se quer elogiar chama de másculo, de viril, de charmoso... 'fofo' não!"
Tá certo. Se eu fosse homem, também gostaria de apresentar todas as qualidades do George Clooney.
Mas o problema é que o meu amigo é fofo. Tosco, mas fofo. E ele, como muitos homens, não entende que a fofura é o que há de mais moderno em termos de qualificação masculina. E é isso que essa que vos escreve vai tentar explicar porquê.
Logo, comecei uma pesquisa para saber a origem da resistência masculina à clasificação "fofal". Obviamente, tive que recorrer a especialistas para elaborar a definição de 'fofo'. Felizmente, minha amiga Tayssa (ela disse que não faz questão do anonimato, então...) veio em meu socorro, eis a opinião dela: "fofo é aquele que faz a gente suspirar com atitudes muito mais do que com visual, aquele que numa olhadinha desperta uma fisgada no estômago, e ele não é lindo!"
Bom, não deve ser lindo. Tem que ser feio? Acho que não. O que ela quis dizer, e eu concordo, é que a beleza não é nem de longe o traço primordial do fofo. A característica física mais marcante do fofo, na minha opinião, seria o sorriso. Pense na pessoa mais feia que você conhece e "atarrache" no rosto dela o sorriso mais bonito que você pode imaginar. Muda tudo, não é mesmo? A menos que seja o Sarney. Nada salva o Sarney, vamos combinar...
Então, um cara sorridente. E o que mais? Tayssa continua: "ele te recomenda um filme porque lembrou de você". Culto, então. Não que todo homem que vá ao cinema seja culto mas, pelo menos, deve possuir de um intelecto "desengessado" para poder relacionar um filme à personalidade de uma mulher. Inteligência e cultura são coisas tão, mas tão sexy que, se engarrafassem e vendessem, por exemplo, o Vaticano em dois tempos ficaria com a população da China.
Minha madrasta, que também me serviu de consultora para esse texto, sugeriu que o verdadeiro homem fofo é aquele que elege a música do casal. Mais uma vez, só de um cara ter apreciação por música verdadeira (e não o lixo a que estamos submetidos atualmente) já é uma característica mais do que sedutora. Se uma boa música o faz lembrar de uma mulher legal, então...ponto pra você, queridão!
Talvez a definição mais legal tenha sido essa: "o cara fofo é aquele que dá uma rosa em vez de um buquê". Eu tive um cara assim (que felicidade, a minha), que me entregava uma rosa (ou duas, ou três, dependendo do número de meses que ficávamos juntos) e sempre me fazia entender que não era a rosa, era o gesto. Grande profissional da fofura, esse cara.
Há ainda a educação. Não educação formal (que também é indispensável, afinal, ninguém merece ter que andar com o namorado de um lado e a gramática - prá acertar na cabeça dele - de outro), mas o que se convencionou chamar de finesse. Quanto mais educado, cortês, cavalheiro, melhor. Não, querido, não precisa jogar sua camisa na poça d'água pra eu passar (embora, dependendo do que estiver embaixo da camisa, até que seria interessante!) mas, que tal abrir a porta do carro, me deixar entrar primeiro no elevador, desatarrachar aquela tampa maldita pra que eu não quebre a unha? Juro que é fácil, indolor, e ainda aumenta significativamente as chances de que eu venha me interessar por você.
Mas então, se ser "fofo" é basicamente ser cortês, inteligente e possuir alguma sensibilidade, por que será que os homens resistem tanto ao rótulo? O problema é que um homem acha que se uma mulher o considera fofo, está a um passo de considerá-lo gay. Mas é justamente o contrário! O quão certo de que gosta de mulher um homem deve ser para que sinta-se tão à vontade com seus sentimentos de modo a expressá-los com sensibilidade, ternura e romantismo? Cem por cento, eu diria! Eu justamente desconfio da masculinidade de um cara que transforma a mulher em um objeto, um bem durável. Se um homem vê sua mulher como algo que ele "possui" assim como seu carro ou sua casa, certo é que não é nela que ele deposita amor. Deve então ser em si mesmo ou em outro homem.
Portanto, rapazes, quando uma mulher os chamar de "fofos", saiba que ela os considera ocupantes da mais alta escala do universo masculino (e hetero). Aproveitem!

Fofo nato: Joshua Jackson