domingo, 31 de outubro de 2010

O Bloco do Ninguém Pisa

Recentemente, tomei uma atitude definitivamente inusitada no trabalho: convenci dois dos chefes a me inscreverem em um seminário sobre Legislação Trabalhista, embora uma outra pessoa houvesse sido indicada para participar.

Em seguida, fazendo minha avaliação semestral, dei uma bela 'turbinada' em minha pontuação, e estou pronta a contra-argumentar para manter meus pontos, caso meu chefe venha a discordar deles.

E então, em outro momento, conversando com uma amiga, comecei a fazer uma lista de pontos fortes profissionais que tenho, e ela me lembrou que na última conversa que tivemos sobre trabalho, eu havia dito que não era boa em nada.

Incrivelmente, há menos de um ano eu não teria tido esses momentos tão afirmativos em relação a minha vida profissional. Apesar de sempre ter sido uma pessoa questionadora, eu sempre fui também um tanto 'mansa', conformada. Na verdade, o nome disso era insegurança, e no trabalho ela sempre me perseguiu.

Só que agora os tempos são outros. Não só eu reconheço meu valor profissional como sei que estou ocupando um cargo por merecimento, que sou muito boa no que faço e que posso ser melhor ainda. Também sei que lá onde trabalho as pessoas todas me devem respeito, precisam do meu serviço e reconhecem, em um grau cada vez maior, a minha importância. Não se trata de me sentir mais valorizada pelos outros (a gente vive buscando isso, né?). Trata-se de saber que eu, como profissional, tenho talento, iniciativa, brilho. E que, principalmente, não é qualquer "vento" que me derruba.

Estou mesmo colocando meu bloco na rua, e cada vez mais as alas aumentam. Por hora, é o Bloco do Ninguém Pisa, ninguém humilha ou passa por cima, profissional ou pessoalmente.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

"The Sweet Hello, The Sad Goodbye"

Red like fire was the day I met you.
I tell you now, there are no regrets.
In this room there are many memories.
Some are good, some I try to forget.
I thought we were the chosen ones,
who were supposed to fly.

We're very much the same, you and I.
The sweet hello, the sad goodbye.
Still waiting to get hurt, time after time.
The sweet hello, the sad goodbye.
When love lies in our hands, we seem to run and hide.
And I can't help but wonder why.
The sweet hello, the sad goodbye.

My heart was like a runaway train, babe.
I don't believe I've ever felt more alive.
In this room I hear voices linger.
We never talked about the price.
You know you're not the only one,
who knows how to cry.

We're very much the same, you and I.
The sweet hello, the sad goodbye.
Still waiting to get hurt, time after time.
The sweet hello, the sad goodbye.
When love lies in our hands, we run away and hide.
And I can't help but wonder why.
The sweet hello, the sad goodbye.
The sweet hello, the sad goodbye.

We're very much the same, you and I.
The sweet hello, the sad goodbye.
Still waiting to get hurt, time after time.
The sweet hello, the sad goodbye.
When love lies in our hands, we run away and hide.
And I can't help but wonder why.
The sweet hello, the sad goodbye.
Goodbye.

The sweet hello, the sad goodbye.
The sweet hello, the sad goodbye.
The sweet hello, the sad goodbye.

(Roxette)

Ah, a incrível liberdade de se falar abertamente sobre algo, não importando quem leia, onde e como. Não importando a reação do outro lado, pois não existe mais reação possível, uma vez que tudo foi analisado, mastigado, concluído. Essa nova sensação de liberdade me faz sorrir, embora uma parte do meu coração ainda sangre. Não importa agora. Fui mais longe e tive mais coragem do que eu e você estávamos preparados para enfrentar. E, ainda assim, tenho tanto orgulho de mim mesma. Pedante, eu sei. Quase chata. Mas verdadeira. O que seriam de todas as histórias se um lado não estivesse vivo, alerta, para contá-las? Tudo se perderia nas brumas do ontem, do que foi esquecido, do que se jogou num baú de memórias, com uma tarja em que se lê "bola pra frente".

Eu abro meus baús de vez em quando. De lá eu tiro lembranças, e mais coragem. Quando eu abrir o seu, lá na frente, o que tirarei eu? Lições, provavelmente. Saudade... é possível. Não tenho idéia do que mais, o tempo é que dirá. Por enquanto, o baú está sem chave, e nesse exato momento ele transborda. Daqui a alguns dias, semanas, mesmo meses, farei uma 'faxina' e o conteúdo estará mais selecionado. Então poderei dizer o que dentro dele é lixo, fruto dos meus excessos, da minha intensidade, e o que é fato. E o que for fato será carinhosamente guardado e eventualmente reaproveitado. E então, querido, o baú será fechado. Algo me diz que você torce por esse dia... a sua paz... sabe como é.

Até lá, porém, à sua revelia (ou não!), ao contrário do que diz o bom senso, os bons costumes, a discrição que se espera das mulheres, o comedimento, e todos os livros de etiqueta feminina, eu falarei. Escreverei, melhor dizendo. Fará parte da minha terapia, da minha cura, do meu luto, como quer que se chame o eterno – e admirável - processo de uma mulher que se recupera.