terça-feira, 15 de setembro de 2009

Mais um adeus


Êta aninho brabo!
Morreu ontem mais um dos meus ídolos, Patrick Swayze.
Embora a morte de Patrick fosse "esperada", já que ele lutava com um câncer de pâncreas há alguns anos, não deixa de ser uma perda sentida. Primeiro, porque ele, como Michael, também se vai muito novo (57 anos). Depois porque ele representava, junto com Matt Dillon, Tom Cruise, Ralph Macchio, Rob Lowe e Emilio Estevez, um time de "galãs" (ainda se usa essa palavra??) que foram ícones dos anos 80 pelos filmes de que participaram - quem não se lembra de Vidas Sem Rumo, O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas ou Clube dos Cinco está muito novo pra ler meu blog! :) Posso dizer com toda segurança que esses caras eram os Zac Efrons e Robert Pattinsons dos meus dias de infância, com menos glamour, mas mais versatilidade.
Tanta versatilidade tinha Patrick que ser ator era só uma das coisas que ele sabia fazer bem; a outra era dançar. Ele era bailarino de formação, trabalhou na Broadway e chegou a ser convidado para trabalhar com Mikhail Baryshnikov, mas não pôde fazê-lo devido às lesões nas pernas de quando era jogador de futebol americano.
Patrick era tão apaixonado por dança que mesmo a biografia que escreveu meses antes de morrer, com a ajuda da mulher, Lisa Niemi (também bailarina) chama-se "One Last Dance" (que é também o nome do filme de dança que fizeram juntos em 2003).
E foi dançando que Patrick marcou minha vida. O filme Dirty Dancing, de 87, é até hoje meu filme favorito, sem discussão. Paro o que estiver fazendo para vê-lo e me emociono todas as vezes. A cena final entre ele e Jennifer Grey é algo tão forte para mim que evoca uma sensação absolutamente particular quando a vejo: fico eufórica, é felicidade em estado puro. Nesse filme, Patrick também cantou: ouça She's Like The Wind, da maravilhosa trilha sonora inspirada nos anos 60. Já conhecia a música, não? Pois é dele!
Em 90, em Ghost - Do Outro Lado da Vida, outro filme delicioso que marcou toda a década, ele esteve absolutamente fantástico. Patrick era um daqueles raros casos de homens bonitos e charmosos que não precisam se esforçar em nada para se fazerem irresistíveis. Devo ter visto Ghost umas vinte vezes e pra mim a cena em que ele, já "desencarnado", passa a noite cantando no ouvido de Oda Mae (Whoopi Goldberg), é uma das melhores atuações da carreira de ambos.
Por fim, destaco Caçadores de Emoção, em 1991, com Keanu Reeves. Patrick como um surfista assaltante de bancos, além de comprometer a flexibilidade da minha mandíbula para sempre, de tanto que meu queixo caiu com a beleza dele nesse filme, dá um banho bem dado de atuação em Reeves que, vamos combinar, nasceu e vai morrer sendo o Neo de Matrix.
Há ainda filmes menos blockbuster, como Para Wong Foo, Obrigada Por Tudo, Julie Newmar, em que ele interpreta um travesti (papel corajoso para quem era um símbolo sexual), Matador de Aluguel, Donnie Darko, enfim, a lista vai longe, e o talento de Patrick era tão extenso quanto ela.
Eu tenho meio que uma experiência "pessoal" com Patrick: nos anos 90, logo depois de Ghost, ele veio ao Brasil e ficou hospedado no Copacabana Palace, onde eu tinha uma prima que era guest relations. Minha prima disse que ele era simplesmente o camarada mais legal do mundo, simples, simpático, sem nenhum estrelismo. Com frequência, descia à recepção pessoalmente para pedir algo ou fumar - ele fumava escondido da mulher - e em geral, vinha só de calça jeans. Desnecessário dizer que minha prima precisou de toda a concentração e fôlego que podia reunir para conversar com ele de forma coerente :) Acabou que ela me mandou uma foto autografada (que não é a que está abaixo) e que, devido à morte dele, claro que vou revirar minha vida de cabeça pra baixo prá achar.
Enfim, eu gostava muito de Patrick. Tinha talento, beleza, humildade, simpatia. Eu poderia acrescentar que era também discreto e nunca, nunca mesmo, esteve envolvido em polêmicas, escândalos, mas isso não é algo que uma fã de Michael Jackson veja como uma especial qualidade ;)
Eu gostava de Patrick principalmente porque ele parecia ser absolutamente genuíno e marcou uma época de inocência e romantismo que eu vejo lentamente se esvair, e isso me dói.
Tá bom, né, Dona Morte, já deu! Pode recomeçar agora só em 2010...






2 comentários:

  1. Ai ai... Essa morte tb foi dura né, Nana? Como vc disse, já era "esperada", mas mesmo assim bate uma angústia... Eu sinto como se uma partezinha de mim fosse embora quando cada pessoa que fez parte da minha vida de alguma maneira se vai. Ainda que não tenham participado realmente da minha vida, certamente contribuíram pra formar a pessoa que sou hoje, em maior ou em menor grau. Será que estou exagerando?? Não sei, mas me sinto assim.
    E concordo, férias pra Dona Morte até 2010!
    Beijos
    Lorena

    ResponderExcluir
  2. Coisa boa é coisa boa né, Sabrina? Anos 80 nos deu muitos presentes e eu os guardo até hoje! Alguma coisinha ou outra que surgiu desde os anos 90 pra cá que presta, também tá guardado. Mas certas pessoas não serão superadas jamais. E eu sei que pra você eu não preciso nem citar nomes... =]

    ResponderExcluir