terça-feira, 29 de dezembro de 2009
12 razões para ir ao cinema em 2010
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Crítica de Lua Nova (Parte II)
4. Compre Batom.
Marque a alternativa incorreta:
Onde deve estar o batom vermelho-cereja quando você pede sua namorada em casamento?
a ( ) Na boca da sua namorada
b ( )Na bolsa da sua namorada
c ( )Na mesa de maquiagem da sua namorada, no quarto dela, não importa, contanto que esteja bem longe de você!
d (X )Na SUA boca, porque você é Edward Cullen, o vampiro mais maquiado de todos os tempos.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Noite sem lua: crítica de Lua Nova (Parte I)
Tinha que acontecer, depois de nove meses (uma gravidez!) de espera. Finalmente! Fui ao cinema em 20 de novembro como quem não esperava outra coisa da vida. Só a "preparação" foi um espetáculo à parte. Na noite anterior, eu havia ido ver pela terceira vez This Is It, o filme sobre os últimos ensaios de Michael Jackson e provavelmente o melhor filme do ano na categoria documentário, indizível. Quando cheguei ao cinema, achei que havia alguma ameaça de bomba: centenas, literalmente centenas de pessoas sentadas no chão. Só quando olhei direito é que vi que não eram quaisquer pessoas, mas sim adolescentes, e não estavam lá para ver Michael Jackson, mas Edward Cullen - era a pré (eu disse pré) estréia de Lua Nova. Pensei então no meu ingresso comprado com sei lá quantos meses de antecedência e na minha sessão à meia-noite e meia da noite seguinte: "tô ferrada!"
De fato, na noite seguinte éramos eu e mais três mulheres - na idade em que vemos nossa adolescência de binóculo - sentadas no chão em meio às garotas de 14 anos que tinham prova no dia seguinte. Foi inusitado, para não dizer divertido, especialmente porque não éramos as únicas próximas ou além dos 30 anos a estar quase pulando num pé só de ansiedade: as irmãs mais velhas da garotas de 14 anos e seus namorados e - coitados - maridos, também estavam lá. E muito, muito mais gente que isso. A fila tinha seguramente uns 50 metros e isso, dentro de um shopping, não é pouca coisa! Eu já vi aglomeração, eu já vi histeria, eu estive em estréias de Harry Potter - nada, nem de longe, se compara ao frenesi de Crepúsculo.
Depois de exercitar um verdadeiro esquema tático ("fulana corre na frente, segura dois lugares, eu vou pela direita, faço alguém tropeçar, derrubo pipoca no chão, distraio o atendente, você vai pela esquerda, escorrega no corrimão, se joga de boca nos lugares restantes, etc., etc.") finalmente conseguimos entrar e sentar - apenas com ferimentos leves! - e a diversão começou. Só que...não.
A sensação que eu tive ao ver Lua Nova pela primeira vez (e eu precisava rever - e revi - para ter melhor perspectiva) foi mais ou menos a que muitas mulheres têm ao fazer sexo também pela primeira vez: era isso?
Não que o filme seja ruim, melhor que Crepúsculo ele já é e, acreditem, isso é uma enorme vantagem. Mas é que...sabe? Eu queria lagosta e me serviram um prato de camarão. Tudo bem, eu adoro camarão, mas...tinha que ser lagosta! Não foi bem decepção. O que eu senti foi um anti-clímax, provavelmente resultante de meses acumulados de ansiedade. O conselho é velho, mas válido: sempre é melhor esperar menos de algo.
Mas, tudo bem. Meu amor pela série é tamanho, eu tenho tamanha identificação com os livros que se filmassem em Super 8 eu ia querer ver e provavelmente acharia um jeito de gostar. E vamos aos pontos positivos:
1. Parece um vampiro, move-se como um vampiro, então deve ser um vampiro. Obrigada, produção, por fazer com que os vampiros fossem não só de uma cor só como também que tivessem uma nítida diferença da pele dos "humanos". Esses caras estão agora parecendo mesmo gente morta. Bonita, mas morta. Também gostei das lentes de contato que "iluminaram" muito o rosto dos atores e lhes deram um ar mítico, como deve ser. E a movimentação, hein, que beleza? Quer cena mais deliciosamente vampiresca do que Victoria correndo dos lobos na floresta e um corvo voando filmado de cima, em câmera lenta, para dar a idéia da rapidez da moça? Sucesso total.
2.La bella Italia. A fotografia é muito mais bonita e interessante do que no primeiro filme, mesmo quando se trata só de Forks. Da Itália então, nem se fala, locações lindíssimas! A paleta de cores de dourados, amarelos e vermelhos escolhida pelo diretor é muito mais estimulante do que no filme anterior onde a floresta, as casas e as pessoas eram verdes. Bola dentro!
3. Brilha, brilha, estrelinha! Os efeitos do brilho na pele dos vampiros - ou do vampiro, pois só Edward aparece brilhando de fato - ficou excelente. O que foi descrito no livro como "pele que se fragmentava em milhões de diamantes" é o que realmente se vê na tela. E puxa, como Robert Pattinson brilha bem, vamos combinar!
4. Ninguém sofre como Kristen Stewart. Ninguém. Eu tenho um milhão de motivos a mais na vida para reclamar do que ela jamais vai poder pensar em ter e, ainda assim, não conseguiria sofrer com tanta categoria. Não sei de onde ela tira tanta urucubaca, mas a moça sabe passar desespero. E quem leu sabe que isso era imprescindível.
5.O tempo passa. Outubro-novembro-dezembro foi uma passagem linda. Eu me preocupei que não conseguissem retratar a sensação de vazio, imobilidade e dor de Bella nos três primeiros meses sem Edward, mas o recurso de câmera giratória, embora já conhecido, foi uma ótima saída. As fotografias que vão desaparecendo da parede à medida que as pessoas também vão se afastando da vida de Bella só deixaram a cena mais interessante.
6. Querida Alice. Fazer Bella tentar contatar Alice por e-mail, além de modernizar e dar mais realismo a história foi uma boa alternativa para que o espectador (principalmente o que não leu os livros) pudesse entender um pouco do sofrimento de Bella e seu vazio interior. Os e-mails repetidamente devolvidos reforçaram a sensação de desamparo.
7. Eu sou o Lobo Mau. Taylor Lautner. O filme é dele, da primeira à última cena. Talvez o risco de perder o papel tenha feito o garoto se dedicar à preparação física - pausa para um suspiro, e que a polícia não ouça - e psicológica do personagem como quem vai à guerra. Deu certo, ele é Jacob Black dos pés - passando pela barriga-tanquinho-viva-viva-que-beleza-vamos-parando-porque-é-crime - à cabeça. Sem mencionar que ele tem possivelmente os dentes mais lindos que eu já vi Digo, ele está atuando realmente bem. Sério. *Cof*Cof*Cof*. Sério mesmo.
8. Os reis da noite. Ah, os Volturi! A fina flor dos condenados, a realeza vampírica! A bichice e o refinamento elevados à décima potência, só atingidos pelos que possuem muitos séculos de existência. Os Volturi - Michael Sheen (Aro) mais do que qualquer outro - são irrepreensíveis. A cena da "tua cantante" é um enlevo. Fiquei sorrindo sozinha, no escuro.
9. Aqui, Rex! Os lobisomens são nem maiores, nem menores, nem mais e nem menos assustadores do que deveriam ser. Têm mais de cachorros do que de lobos, mas deve-se levar em conta que eles são monstrinhos do bem e, portanto, não precisavam ser coisas disformes. Tudo certo.
10. Everybody Loves Charlie. Billy Burke é, senão o melhor, um dos melhores atores do filme todo. Suas expressões de escárnio, descrédito e preocupação com a sanidade mental da filha são impagáveis. Todos os personagens humanos - e isso inclui Mike Newton, Jessica, Harry Clearwater, todos! - estão excelentes. Não foram poucas as vezes que, por causa deles, dei boas risadas. Muito bom o diretor ter dado esse destaque, sendo que no livro eles pouco aparecem.
A parte "negra" da review fica para amanhã. Vocês já caíram de sono aí?
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
A mãe de todas as vergonhas
Logo depois da formatura, quando Arruda firmou-se na política, me lembrei do filho dele e pensei: "esse está com a vida feita." Aqui em Brasília é comum considerarmos os filhos de políticos como os grandes privilegiados (materialmente falando) da carreira de seus pais, mas também como um câncer da cidade, devido a seu comportamento desvairado. Via de regra, os boyzinhos filhos de deputados e senadores acabam chamando atenção para si mesmos das mais tristes formas, desde de brigas de gangues em boates que terminam em facadas até assassinatos escandalosos de mendigos, índios queimados, envolvimento com drogas e tráfico...vocês conhecem o esquema. Felizmente, eu nunca vi o nome de meu ex-colega citado em algo do tipo, e lembro de ler com cuidado as notícias policiais secretamente desejando que nunca visse.
Em 2001, quando houve o escândalo de quebra de sigilo do painel do Senado, foi também no filho de Arruda que pensei. Fiquei chocada e envergonhada com aquilo, eu tinha só 20 anos na época, recém-começava a faculdade e essa devia ser mais ou menos a idade do filho dele também. Pensei que era um golpe muito duro na família e pensei nas piadinhas inevitáveis que os filhos devem ter ouvido na escola, faculdade, trabalho. Nunca cheguei a considerar que Arruda tivesse feito aquilo com o conhecimento dos filhos. Simplesmente não me agradava a idéia de que eu havia estudado com um aprendiz de criminoso do colarinho branco.
Quando Arruda se candidatou, eu desconfiava. Não votei nele. O escândalo do painel, na minha opinião, não deveria ter sido esquecido tão fácil. Mas ele era uma alternativa razoável a Joaquim Roriz, indiscutivelmente o administrador mais irresponsável, incompetente e coronelista que o DF já conheceu, uma figura odiosa sob todos os aspectos. Então, apesar de ter escolhido para vice Paulo Octávio, cuja má-fama corre aqui na cidade como o vento, considerei que, se Arruda ganhasse, dos males, o menor.
Pensei muito de novo no filho dele quando Arruda foi eleito. Cheguei a tentar descobrir por amigos em comum se ele estava trabalhando com o pai, se havia se recuperado do escândalo de 2001, se estava bem e até mesmo fiquei curiosa se a namorada que merecera um Oscar continuava a mesma. Não consegui nenhuma informação, só a de que a família procurava viver de forma discreta, posição sempre recomendável e que, infelizmente, poucos políticos seguem.
Qual não foi minha surpresa quando o governo do pai do meu ex-colega vingou, depois de uma resistência inicial dos brasilienses, e vingou bem! Vi a cidade ficar livre de invasões, de buracos colossais em que perdíamos, na chuva, senão um pneu, às vezes o carro todo. Vi a enxurrada de pedintes que nunca obtiveram os lotes prometidos pelo governo anterior ser retirada das ruas, vi camelôs receberem um espaço próprio e legalizado para trabalhar, vi urbanização, alargamento de avenidas, vi o metrô funcionando depois de tanto tempo parado que já havia se tornado uma lenda, uma piada. Vi a cidade crescer de forma que eu, sua filha, não a reconheci mais. Era uma cidade grande, enfim. E me orgulhei dela, e do governo que ela tinha. Talvez agora as maledicências e piadas que meu colega tenha ouvido anos atrás tivessem que ser engolidas pelas mesmas bocas que as pronunciaram e isso, visto pela perspectiva de uma adolescência difícil, como a minha foi e como a dele pode ter sido, me agradou.
Chegariam as próximas eleições e eu, sem dúvida, votaria em Arruda. Até, é claro, sexta-feira passada. Quando li a notícia da divulgação do recebimento de propina, um sentimento de extremo mal-estar se apossou de mim. Mas foi bem mais do que isso, me senti desolada, abandonada, como a garota que descobre que o pai não foi à sua apresentação de balé. Me senti uma criança indefesa e boba, que acreditou tempo demais em Papai Noel.
Qual o sentido de tudo, então? O que eram essas obras, esse crescimento, essa transformação do nosso pedaço seco de Goiás em uma cidade linda e verdadeiramente cosmopolita? Para que tudo isso se acabaria se revelando tão desonesto e canalha quanto tantos outros? Para que fazer essa imensa população tão achincalhada acreditar que havia enfim alcançado o respeito junto ao resto do Brasil?
Não tenho grande (nenhum, é verdade) conhecimento político, mas sei um bocado de sentimentos, de dor moral, conheço bem essa "sensação de nunca mais": nunca mais confiar, nunca mais acreditar, nunca mais sentir segurança na palavra de alguém. É uma surpresa desagradável (e inacreditável) de Natal, às vésperas do ano do cinquentenário da cidade, com tudo - tudo - sinalizando que teríamos um 2010 ainda mais promissor..
Penso de novo em meu colega, cujo pai governava (governa?) Brasília até três dias atrás. Terá esse pai coragem de explicar ao filho o que de fato aconteceu? Pior: tendo esse filho a consciência do ato do pai, terá sido conivente, ou morre de vergonha como tantos brasilienses agora, que sentem como se tivessem sido traídos por um parente próximo, confiável, o tio boa-gente que consertava os patins da criançada nas férias?
Somos todos crianças desamparadas em Brasília hoje. E agora?
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Nunca é tarde, sempre é tarde...
Por Charles Thomson
Quando surgiu ontem a notícia de que há duas semanas atrás, Evan Chandler, pai de Jordan Chandler, deu um tiro em sua própria cabeça, poucas lágrimas foram derramadas apesar dos melhores esforços da mídia para elogiá-lo.
A maioria dos meios de comunicação estão divulgando Chandler como "o pai do menino que acusou Jackson de abuso sexual infantil". Errado. Chandler foi o pai que acusou Jackson de molestar seu filho.As acusações iniciais contra Jackson não foram feitas por Jordan Chandler, mas por seu pai Evan, apesar da insistência de Jordan de que Jackson nunca o tinha tocado de forma inadequada, uma postura que o rapaz manteve por vários meses.As relações entre o pai do menino e Jackson tinham azedado no início de 1993, quando Evan pediu ao popstar para construir uma casa para ele e Jackson recusou educadamente. Um roteirista fracassado, Chandler contactou Jackson pouco depois e lhe pediu para negociar três ofertas de roteiro em seu nome. Se Jackson não cumprisse, disse ele, o acusaria de abusar sexualmente de seu filho. Jackson não cumpriu - e o resto é história.
Conforme revelado por Mary Fischer em seu artigo de 1994 para a revista "GQ", intitulado 'Was Framed Michael Jackson?' - Jordan Chandler apenas alegou ter sido molestado por Jackson após Evan - um dentista de profissão - dopá-lo com uma droga alucinógena chamada amytal de sódio, que é conhecido por induzir a síndrome da falsa memória.Mesmo quando Jordan Chandler começou a seguir a linha de seu pai, o seu testemunho foi tão convincente que o Promotor Tom Sneddon levou seu caso para três júris distintos e nenhum deles lhe permitiu fazer acusações contra Michael Jackson. Ao contrário do mito amplamente divulgado, Jordan Chandler não descreveu com precisão os órgãos genitais de Jackson. Dentre outras imprecisões, ele alegou que Jackson foi circuncidado, enquanto fotografias da polícia provaram que ele não era.Sem surpresa, nenhuma dessas informações fez o seu caminho em reportagem da mídia sobre a morte de Evan Chandler.
Em vez disso, o suicídio de Chandler é visto como mais uma oportunidade de jogar lama em Michael Jackson e perpetuar os mesmos mitos antigos sobre as alegações de 1993 - particularmente no que diz respeito ao acordo.As notíciários em todo o mundo estão reportando uma vez mais que em 1994 Jackson pagou aos Chandlers por uma acordo. Isto é total ficção.Os documentos judiciais da época dizem claramente que a seguradora de Jackson "negociou e pagou o acordo sobre os protestos do Sr. Jackson e seus assessores jurídicos pessoais".Jackson nem sequer concordou com a resolução, quanto mais pagou.
Entre as publicações que reciclaram esse velho absurdo está o "The Sun", para quem eu dei muitas vezes contribuição como um especialista em Michael Jackson. Fui contactado ontem, e pediram para fornecer informações sobre Evan Chandler e as alegações de 1993, o que fiz. No entanto, nenhuma de minhas informações foram utilizadas - muito provavelmente porque refletem muito bem Jackson.
Mitos que implicam culpa de Jackson são, evidentemente, mais importantes do que as verdades que o exoneram.Notando que o artigo do The Sun sobre o suicídio de Chandler continha várias imprecisões factuais (mais proiminente que Jordan iniciou as alegações de abuso sexual e que Jackson pagou à família uma liquidação) entrei em contato com dois membros do pessoal do jornal - o meu contato habitual e o jornalista que escreveu o artigo. Nenhum e-mail foi respondido e o artigo não foi alterado. Em outro lugar, o "The Mirror" teve um rank muito mais alto na escala de absurdos na tentativa de retratar Chandler como algum tipo de mártir. "O pai Evan Chandler do caso sexual de Michael Jackson queria justiça, mas acabou destruído", dizia a manchete. Justiça? Se Evan Chandler queria justiça, por que ele fez contato com Jackson para pedir um contrato de três roteiros de filme antes de ir à polícia? Se ele queria justiça, por que ele aceitou uma solução com a seguradora de Jackson? Na verdade, o acordo inclui uma cláusula que afirma que dizia que Evan aceitava o pagamento em vez de um julgamento civil, mas isso não afetaria a capacidade da família em testemunhar em um processo criminal. Portanto, se Evan Chandler queria justiça, por que ele não permitiu que a polícia avançar com a sua investigação? O título, juntamente com grande parte do artigo, é um disparate.Tendo tomado da seguradora de Jackson a quantia inferior a $15 milhões (e não os $20 milhões ditos pela imprensa), em 1996 Evan Chandler tentou processar Jackson por mais US $60milhões após afirmar que o disco HIStory da estrela foi uma violação da cláusula de confidencialidade do acordo.
Além de tentar processar Jackson, Chandler solicitou que o tribunal lhe permitisse produzir um disco de resposta chamado "EVANstory".É, isso mesmo.Então, o homem que o "The Mirror" afirma que apenas tinha "pensamento de justiça" queria lançar um álbum de música sobre o suposto abuso de seu filho pré-adolescente.O "The Mirror" aludiu ao fato das relações entre Jordan e os seus pais terem sido tensas a partir de 1993, mas colocou a culpa em Jackson, alegando que o trauma do caso os tinham separado.
Na realidade, Jordan Chandler foi ao tribunal quando ele tinha 16 anos e ganhou a emancipação jurídica de ambos os pais. Quando chamado para aparecer no julgamento de Jackson de 2005, ele se recusou a testemunhar contra seu ex-amigo. Se ele tivesse ido, a equipe jurídica de Jackson tinha um número de testemunhas que estavam dispostas a testemunhar que Jordan - que hoje mora em Long Island sob um nome falso - havia dito a eles nos últimos anos que ele odiava seus pais pelo o que o fez dizer em 1993, e que Michael Jackson nunca o havia tocado.
A evidência em torno das alegações de 1993 apóia completamente a inocência de Michael Jackson. É por esta razão que, durante a longa investigação, que continuou por muitos meses antes da seguradora de Jackson ter negociado um acordo, Michael Jackson nunca fora preso e ele nunca foi acusado de qualquer crime.A evidência sugere esmagadoramente que Evan Chandler planejou as alegações como um esquema para ganhar dinheiro, acreditando que iria ajudá-lo a alcançar seu sonho de trabalhar em Hollywood. Uma fita gravou conversas telefônicas onde se ouve ele dizer que o bem-estar do menino é "irrelevante" e afirma que ele queria tomar de Jackson tudo o que ele merecia (Clique em http://www.buttonmonkey.com/misc/maryfischer.html para o artigo de Maria Fischer na GQ, que contém transcrições dos telefonemas).A evidência de Mary Fischer mostra que, assim como a falsificação de abuso sexual de seu próprio filho em uma trama de extorsão elaborada, quando Jordan se recusou a jogar junto com Evan este o drogou com substâncias que alteram a mente em uma tentativa de enganá-lo a acreditar que ele foi molestado.Mas mesmo drogar uma criança como parte de um lote de extorsão não foi o ponto mais baixo de Evan Chandler. Este veio quando ele pediu ao tribunal para lhe permitir lançar um álbum de música sobre o suposto abuso sexual de seu próprio filho.
Se Evan Chandler queria justiça, ele conseguiu há duas semanas.Quanto à mídia, este último incidente cimenta mais uma vez a relutância quase total da indústria em relatar com precisão e honestidade sobre Michael Jackson, em particular sobre as acusações falsas de abuso sexual que foram feitas contra ele. Nenhuma das informações acima e as provas foi incluído em qualquer artigo sobre o suicídio de Chandler que li até agora, apesar do fato de eu, pessoalmente, tê-las entregues a pelo menos um jornal que já tinha me contratado em outras oportunidades como um perito de Jackson para outras histórias. Fatos de justificação são negligenciados em favor de mitos eróticos. Um negro humanitário é tachado como um pedófilo e seu chantagista branco é pintado como um mártir.
Quanto à Jordy Chandler, talvez com o seu pai desaparecido, ele encontre a coragem para fazer a coisa honrosa. Talvez ele virá à tona em algum lugar e dirá ao mundo o que ele está dizendo a seus amigos por mais de uma década - que Michael Jackson nunca colocou um dedo sobre ele. Até então, eu suspeito que ele vai viver com o mesmo tormento que parece finalmente atingiu seu pai, desconfiadamente logo após a morte da maior vítima de tudo isso, Michael Jackson.
Charles Thomson é um escritor freelance baseado em Essex. Um especialista em black music, Charles tem contribuído para revistas, incluindo "Mojo" e "Wax Poetics", bem como a edição de sua revista própria, "Jive". Uma autoridade em música soul e funk, Charles apareceu no programa ''Electric Proms Round-Up"em 2006, onde ele foi visto falando com James Brown. Charles desde então tem trabalhado para o "The Sun" como uma especialista em Michael Jackson e foi entrevistado pela Sky News, BBC News 24 e Serviço Mundial da BBC, na noite da morte da estrela.
Recebi de Daniel Azambuja, a quem agradeço imensamente.
New Moon is rising...tonight!!!
Pode ser que seja fantástico, pode ser que seja um tremendo fiasco. Mas não importa...chegou!!! Só o que eu me diverti na espera, valeu a pena!
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Paixao de ocasiao
Ontem fiquei sabendo de uma coisa muito, muito estranha: eu tenho um admirador secreto. Nao e demais? A vida inteira eu quis ter um e, agora que tenho, nao tenho muita certeza do que fazer com ele, ou pelo menos com essa informacao.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Ingresso comprado
Anyway, This Is It!
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Mais um adeus
Êta aninho brabo!
Morreu ontem mais um dos meus ídolos, Patrick Swayze.
Embora a morte de Patrick fosse "esperada", já que ele lutava com um câncer de pâncreas há alguns anos, não deixa de ser uma perda sentida. Primeiro, porque ele, como Michael, também se vai muito novo (57 anos). Depois porque ele representava, junto com Matt Dillon, Tom Cruise, Ralph Macchio, Rob Lowe e Emilio Estevez, um time de "galãs" (ainda se usa essa palavra??) que foram ícones dos anos 80 pelos filmes de que participaram - quem não se lembra de Vidas Sem Rumo, O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas ou Clube dos Cinco está muito novo pra ler meu blog! :) Posso dizer com toda segurança que esses caras eram os Zac Efrons e Robert Pattinsons dos meus dias de infância, com menos glamour, mas mais versatilidade.
Tanta versatilidade tinha Patrick que ser ator era só uma das coisas que ele sabia fazer bem; a outra era dançar. Ele era bailarino de formação, trabalhou na Broadway e chegou a ser convidado para trabalhar com Mikhail Baryshnikov, mas não pôde fazê-lo devido às lesões nas pernas de quando era jogador de futebol americano.
Patrick era tão apaixonado por dança que mesmo a biografia que escreveu meses antes de morrer, com a ajuda da mulher, Lisa Niemi (também bailarina) chama-se "One Last Dance" (que é também o nome do filme de dança que fizeram juntos em 2003).
E foi dançando que Patrick marcou minha vida. O filme Dirty Dancing, de 87, é até hoje meu filme favorito, sem discussão. Paro o que estiver fazendo para vê-lo e me emociono todas as vezes. A cena final entre ele e Jennifer Grey é algo tão forte para mim que evoca uma sensação absolutamente particular quando a vejo: fico eufórica, é felicidade em estado puro. Nesse filme, Patrick também cantou: ouça She's Like The Wind, da maravilhosa trilha sonora inspirada nos anos 60. Já conhecia a música, não? Pois é dele!
Em 90, em Ghost - Do Outro Lado da Vida, outro filme delicioso que marcou toda a década, ele esteve absolutamente fantástico. Patrick era um daqueles raros casos de homens bonitos e charmosos que não precisam se esforçar em nada para se fazerem irresistíveis. Devo ter visto Ghost umas vinte vezes e pra mim a cena em que ele, já "desencarnado", passa a noite cantando no ouvido de Oda Mae (Whoopi Goldberg), é uma das melhores atuações da carreira de ambos.
Por fim, destaco Caçadores de Emoção, em 1991, com Keanu Reeves. Patrick como um surfista assaltante de bancos, além de comprometer a flexibilidade da minha mandíbula para sempre, de tanto que meu queixo caiu com a beleza dele nesse filme, dá um banho bem dado de atuação em Reeves que, vamos combinar, nasceu e vai morrer sendo o Neo de Matrix.
Há ainda filmes menos blockbuster, como Para Wong Foo, Obrigada Por Tudo, Julie Newmar, em que ele interpreta um travesti (papel corajoso para quem era um símbolo sexual), Matador de Aluguel, Donnie Darko, enfim, a lista vai longe, e o talento de Patrick era tão extenso quanto ela.
Eu tenho meio que uma experiência "pessoal" com Patrick: nos anos 90, logo depois de Ghost, ele veio ao Brasil e ficou hospedado no Copacabana Palace, onde eu tinha uma prima que era guest relations. Minha prima disse que ele era simplesmente o camarada mais legal do mundo, simples, simpático, sem nenhum estrelismo. Com frequência, descia à recepção pessoalmente para pedir algo ou fumar - ele fumava escondido da mulher - e em geral, vinha só de calça jeans. Desnecessário dizer que minha prima precisou de toda a concentração e fôlego que podia reunir para conversar com ele de forma coerente :) Acabou que ela me mandou uma foto autografada (que não é a que está abaixo) e que, devido à morte dele, claro que vou revirar minha vida de cabeça pra baixo prá achar.
Enfim, eu gostava muito de Patrick. Tinha talento, beleza, humildade, simpatia. Eu poderia acrescentar que era também discreto e nunca, nunca mesmo, esteve envolvido em polêmicas, escândalos, mas isso não é algo que uma fã de Michael Jackson veja como uma especial qualidade ;)
Eu gostava de Patrick principalmente porque ele parecia ser absolutamente genuíno e marcou uma época de inocência e romantismo que eu vejo lentamente se esvair, e isso me dói.
Tá bom, né, Dona Morte, já deu! Pode recomeçar agora só em 2010...
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Dos fofos
" - Se quer elogiar chama de másculo, de viril, de charmoso... 'fofo' não!"
Tá certo. Se eu fosse homem, também gostaria de apresentar todas as qualidades do George Clooney.
Mas o problema é que o meu amigo é fofo. Tosco, mas fofo. E ele, como muitos homens, não entende que a fofura é o que há de mais moderno em termos de qualificação masculina. E é isso que essa que vos escreve vai tentar explicar porquê.
Logo, comecei uma pesquisa para saber a origem da resistência masculina à clasificação "fofal". Obviamente, tive que recorrer a especialistas para elaborar a definição de 'fofo'. Felizmente, minha amiga Tayssa (ela disse que não faz questão do anonimato, então...) veio em meu socorro, eis a opinião dela: "fofo é aquele que faz a gente suspirar com atitudes muito mais do que com visual, aquele que numa olhadinha desperta uma fisgada no estômago, e ele não é lindo!"
Bom, não deve ser lindo. Tem que ser feio? Acho que não. O que ela quis dizer, e eu concordo, é que a beleza não é nem de longe o traço primordial do fofo. A característica física mais marcante do fofo, na minha opinião, seria o sorriso. Pense na pessoa mais feia que você conhece e "atarrache" no rosto dela o sorriso mais bonito que você pode imaginar. Muda tudo, não é mesmo? A menos que seja o Sarney. Nada salva o Sarney, vamos combinar...
Então, um cara sorridente. E o que mais? Tayssa continua: "ele te recomenda um filme porque lembrou de você". Culto, então. Não que todo homem que vá ao cinema seja culto mas, pelo menos, deve possuir de um intelecto "desengessado" para poder relacionar um filme à personalidade de uma mulher. Inteligência e cultura são coisas tão, mas tão sexy que, se engarrafassem e vendessem, por exemplo, o Vaticano em dois tempos ficaria com a população da China.
Minha madrasta, que também me serviu de consultora para esse texto, sugeriu que o verdadeiro homem fofo é aquele que elege a música do casal. Mais uma vez, só de um cara ter apreciação por música verdadeira (e não o lixo a que estamos submetidos atualmente) já é uma característica mais do que sedutora. Se uma boa música o faz lembrar de uma mulher legal, então...ponto pra você, queridão!
Talvez a definição mais legal tenha sido essa: "o cara fofo é aquele que dá uma rosa em vez de um buquê". Eu tive um cara assim (que felicidade, a minha), que me entregava uma rosa (ou duas, ou três, dependendo do número de meses que ficávamos juntos) e sempre me fazia entender que não era a rosa, era o gesto. Grande profissional da fofura, esse cara.
Há ainda a educação. Não educação formal (que também é indispensável, afinal, ninguém merece ter que andar com o namorado de um lado e a gramática - prá acertar na cabeça dele - de outro), mas o que se convencionou chamar de finesse. Quanto mais educado, cortês, cavalheiro, melhor. Não, querido, não precisa jogar sua camisa na poça d'água pra eu passar (embora, dependendo do que estiver embaixo da camisa, até que seria interessante!) mas, que tal abrir a porta do carro, me deixar entrar primeiro no elevador, desatarrachar aquela tampa maldita pra que eu não quebre a unha? Juro que é fácil, indolor, e ainda aumenta significativamente as chances de que eu venha me interessar por você.
Mas então, se ser "fofo" é basicamente ser cortês, inteligente e possuir alguma sensibilidade, por que será que os homens resistem tanto ao rótulo? O problema é que um homem acha que se uma mulher o considera fofo, está a um passo de considerá-lo gay. Mas é justamente o contrário! O quão certo de que gosta de mulher um homem deve ser para que sinta-se tão à vontade com seus sentimentos de modo a expressá-los com sensibilidade, ternura e romantismo? Cem por cento, eu diria! Eu justamente desconfio da masculinidade de um cara que transforma a mulher em um objeto, um bem durável. Se um homem vê sua mulher como algo que ele "possui" assim como seu carro ou sua casa, certo é que não é nela que ele deposita amor. Deve então ser em si mesmo ou em outro homem.
Portanto, rapazes, quando uma mulher os chamar de "fofos", saiba que ela os considera ocupantes da mais alta escala do universo masculino (e hetero). Aproveitem!
Fofo nato: Joshua Jackson
domingo, 30 de agosto de 2009
29 de agosto
"Michael Jackson, se estivesse vivo, completaria hoje 51 anos. Diz a lenda que ele começou sua carreira profissional aos 09 anos de idade... Bom, a lenda diz isso, porque um garotinho de 11 anos cantando como um homem maduro seria muito interessante, só que um de 09 seria mais ainda, não é mesmo? Foi então aos 11 anos que Michael Jackson entendeu que seria um criador de lendas, um vendedor de fantasias, um contador de estórias.
De lá para cá, ele se vestiu de lobisomen, inventou passos antigravitacionais, cantou em falsete, morou na Terra do Nunca, refez o rosto, mudou de cor, espalhou estátuas gigantes pelo mundo, fez compras de pijamas, etc, etc, etc... até o dia em que deixou o palco em pleno Plantão da Rede Globo para derrubar o Google e parar o mundo.
Um homem nunca tinha feito nada disso antes. Na verdade, um homem nunca fez isso e nunca o fará. Michael Jackson nunca foi um homem, foi um sonho sonhado por um garotinho de Gary e vivido por milhões espalhados pelo mundo. Se queriam um monstro, faziam dele um monstro. Se queriam um guerreiro, ele seria o guerreio. Vai aí um garotinho inocente ou um mega-empresário? Peter Pan ou Don Juan, afinal? Depende de qual for sua fantasia mais secreta, meu bem.
Cada um fez seu próprio Michael Jackson, projetando nele o que havia no fundo do seu próprio ser... de bom ou de ruim. Um homem apenas jamais poderia ter sido Michael Jackson. O mundo foi Michael Jackson. Quando o epicentro desse mundo saiu de cena no dia 25 de junho, era como se uma doce ilusão tivesse se esvaecido no ar. Um tsunami na terra da fantasia. Como se a realidade cinza e opaca nos oprimisse de repente com toda sua brutalidade. Até quem o odiava chorou. A quem odiar agora? Quem seria o monstro? Quem o amava morreu um pouco por dentro. A quem amar agora? Quem seria o herói? Nem os médicos queriam acreditar. Ao contrário do que manda a prática, trabalharam nele por horas tentando reanimá-lo. Quem ousaria declarar o óbito de um sonho?
Porém, depois da tragédia, por mais que doa a saudade do nosso mágico de Oz, já entendemos que a magia não morre. Como cada um de nós sempre construiu um Michael Jackson para chamar de seu, assim, ele será conservado em cada coração. É isso a imortalidade, afinal. É deixar de ser homem em um ponto físico do espaço para ser um refúgio encantado na mente de tantos. Michael Jackson está vivo e completa hoje 51 anos. Parabéns para todos nós! "
*Fonte: MJ Beats (http://www.reidopop.com/mjbeats/showthread.php?t=17246)
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
O gato
Voltando ao presente, minha mãe me ligou semana passada dizendo que uma colega de trabalho dela tinha achado um gatinho preto de meses de idade que miava de fome. Perguntou se eu queria. Claro que sim, eu disse, e a colega da minha mãe o recollheu e levou para uma clínica veterinária, onde ele foi alimentado, limpo e vermifugado. Tudo maravilha. Fiquei super animada e fui buscá-lo já com um nome na cabeça: Michael. Coincidentemente era um gato negro, mas se ele fosse de qualquer cor teria o mesmo nome *** pausa para você que não gosta de MJ pensar na sua piada, e para você, que é inteligente, entender porque não importava a cor do gato para ter esse nome***
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Continho feminista
- Você quer casar comigo?
Ele respondeu:
- NÃO!!!!
..E a moça viveu feliz para sempre! Foi viajar, vivia fazendo compras, tinha roupas, sapatos e bolsas maravilhosas, conheceu muuuuitossss outros rapazes, visitou muitos lugares, foi morar na praia, trocou de carro, redecorou sua casa, sempre estava sorrindo, de bom humor e com a pele boa, pois não tinha sogra, não tinha que aguentar mau humor de homem, não tinha que lavar, passar, nunca lhe faltava nada, bebia champanhe com as amigas sempre que estava com vontade e ninguém mandava nela. O rapaz ficou barrigudo, careca, brocha, a bunda murchou, ficou sozinho e pobre, pois nenhum homem constrói nada sem uma MULHER.
FIM.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Eu tinha esquecido!!!
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Deu branco!
Aceito sugestões.
Momento Jesus, Me Abana!!!
Inspiração máxima!!! Esqueçam o que eu disse! Foi só abrir um dos muitos blogs de Twilight (que eu não olhava há algum tempo, prá ser sincera!) e a inspiração veio, livre e leve e LINDA como um ator britânico maravilhoso errrr...pássaro.
Vamos lá, NOVEMBRO, chega logo, chega LOGO!!!!
Ê, titio, dá uma mordidinha aqui!!!
domingo, 26 de julho de 2009
Banalidades
Eu amo entre cinco e seis da tarde
E assim que pára de chover
Eu amo olhar pela janela
Nos cinco minutos que a rua fica sem trânsito de madrugada
Eu amo descalçar os sapatos
Eu amo vento no cabelo molhado
E acordar às seis da manhã
Para em seguida lembrar que é sábado
Eu amo sorrisos de desconhecidos na rua
Eu amo você dizer que se lembrou de mim
E me chamar de querida
Eu amo beijos no rosto
E ter o cabelo acariciado
Eu amo lembrar do passado
Eu amo La Traviata
E solos de guitarra
Eu amo falsetes
E violinos
Eu amo uma pilha de livros novos
E filmes antigos
Eu amo sentar sozinha em silêncio
E pensar em como será
Ainda que eu sinta falta de como era
Eu amo vinho e amigos
E crianças
Eu amo igualmente certezas e dúvidas
E todas as minhas banalidades
Eu amo o Norte
E também andar sem bússola...
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Arma X
A odisséia começou no último domingo, quando fiz carinha alegre para uma bandeja de cogumelos que descansava tranqüila na barraca da feirante japonesa de quem minha mãe compra há séculos. Vi que era shitake, um dos meus favoritos e, diante da minha empolgação, minha mãe acabou comprando, sete reais por duzentos gramas de fungos. Já aí eu deveria ter percebido que o que quer que fosse que eu pretendesse com os cogumelos, não iria dar certo.
Em casa, armazenei-os bonitinhamente na geladeira e fiquei pensando na melhor forma de prepará-los (eu, que aprendi a fazer arroz não tem três meses!). Ontem à noite fui olhar a data de validade, temerosa de que fosse de, sei lá, 28 minutos, e eu já tivesse perdido a preciosa iguaria. Ufa, eram 7 dias, o que significava que eu poderia criar uma receita gourmet até o próximo sábado sem correr o risco de parar no hospital. Foi então que vi no rótulo que não eram cogumelos shitake, e sim shimeji. No corre-corre das compras, eu devo ter visto uma bandeja e pego outra. Ora, ora, ora, sem problemas, pensei, vou experimentar shimeji pela primeira vez, feito por mim mesma. Que legal.
No trabalho, pesquisei rapidamente umas receitas e acabei escolhendo macarrão com molho de shimeji. Tenho uma amiga que faz um macarrão com molho de shitake que dizem ser coisa do outro mundo. Não havia razão, então, para que o meu ficasse menos espetacular. Afinal, entre shitake e shimeji a diferença é o sufixo. Tudo coisa de japonês. Uma maravilha deliciosa e sensacional.
A receita do molho era simples: alho, sal, manteiga, limão, shoyo e creme de leite. Comecei refogando o alho, enquanto Tina Turner perguntava O Que O Amor Tem A Ver Com Isso (What's Love Got To Do With It) no meu DVD player.
Alho frito, receitinha ao lado, acrescentei o sal e os cogumelos previamente lavados. Feliz da vida, fui refogando, lá lá lá lá ri lá lá, e cantando. Eis que senão quando, os cogumelos começam a adquirir uma aparência francamente suspeita, murchando e se transfigurando em algo que mais parecia os restos mortais do Freddie Krueger. Até aí tudo bem, que cogumelos são mesmo coisas feias de meu Deus, mas nem por isso menos deliciosas. O problema foi o cheiro. Começou sem mais aquela a subir um cheiro de galinha molhada com borracha no asfalto, uma coisa incompreensível e positivamente anti-culinária. Olhei a receita para ver se eu não deveria ter acrescentado qualquer coisa para amenizar aquilo e percebi...ah, o limão. Todo mundo sabe que o limão é ótimo para eliminar odores desagradáveis e então deveria ser por isso que ele constava na receita. Espremi o limão e fiquei esperando que o cheiro de gambá cozido em galocha se transformasse em cheiro de prato apetitoso que faria o vizinho bonitinho do quarto andar bater na porta se convidando pro jantar. Não aconteceu. Para falar a verdade, o cheiro agora estava um pouco pior, com o limão tendo intensificado o futum maldito, transformando-o num fedor acre e um tanto desesperador. Olhei novamente a receita pensando que eu tivesse esquecido algo, como um vidro de Chanel N° 5, e vi que ainda faltava o shoyo. Quando acrescentei, já meio tonta pelos vapores daquela bomba química, o molho de soja, foi o tiro de misericórdia. O diacho daquela gosma na panela começou a ferver e a sibilar - vivo, sem dúvida - e o cheiro se transformou simplesmente na coisa mais absurdamente insuportável de fedorenta que eu já tive o desprazer de colocar o nariz perto.
Não tem como descrever! Não parecia com nada que eu havia cheirado antes, e ao mesmo tempo me lembrava de todos os cheiros ruins que eu conheci na vida. Vale acrescentar que, de todos os meus sentidos, devo realmente me orgulhar do meu olfato e da minha memória olfativa. Lembro-me perfeitamente do perfume do primeiro hidratante que usei (Monange do coraçãozinho rosa! Ainda fabricam?) e do cheiro do sanduíche de queijo grelhado que meu pai fazia quando eu tinha seis anos de idade. Portanto, se tem uma coisa que entendo, é de cheiros. E aquele era, sem dúvida, o mais nauseante odor que eu já havia sentido! Tinha mesmo um certo cheiro de borracha, mas cozida em ácido, e parecia que eu havia colocado adstringente na panela, com um bocado de bofes de boi ou bode junto. Enfim, cheiro de coisa ruim from hell. Cheiro de autópsia do ET de Varginha.
O pior não foi isso! Tendo desligado o fogo e temerosa que, se acrescentasse o creme de leite, aquele cozido de alien começasse a falar comigo, tampei rapidamente a panela e liguei o exaustor, na tentativa desesperada de mandar aquele cheiro pro corredor, pra casa do síndico, pra casa do C*****, sem sucesso. Abri minhas janelas e lamentei muito não ter um ventilador. Dos grandes, dos de teto. Cheguei à conclusão de que não poderia esperar que aquela gosma esfriasse para jogar fora. Prendi a respiração, peguei o lixinho da pia, coloquei a panela perto e virei. Dei três nós no saco e saí correndo de roupão pro corredor, o vizinho bonitinho que me visse em trajes menores e se danasse. Abri a portinha da lixeira e arremessei o saco, correndo de volta em seguida, com medo da lixeira devolver. Cheguei em casa e o odor de cemitério imperava, o exaustor ligado no máximo, e nada acontecia. Rápido, comecei a grelhar um frango (eu tinha que jantar alguma coisa!), procedimento que em geral faz a casa ficar cheirando a frango três dias. O odor dos cogumelos assassinos sobrepujava o do frango, e nada - eu disse NADA - fazia com que passasse. Tentei abanar, lavar, borrifar com detergente toda superfície que esteve em contato com a gosma repugnante, em vão. A essa altura, considerei despejar meu vidro de Amber Romance da Victorias' Secret inteiro nas panelas, muito melhor ter a cozinha eternamente cheirando a perfume do que àquela desgrama. A cada fungada que eu dava, me arrepiava toda de nojo, como se tivesse cheirado inadvertidamente esgoto a céu aberto. Depois de pelo menos uma hora de ventilação e da utilização de todo produto químico que havia, o fedor começou a se dissipar, mas aí entrou em ação minha privilegiada memória olfativa, e eu comecei a achar que todo e cada um dos meus pertences estava cheirando a shimeji: meu travesseiro, minha camisola, minha escova de dentes, juro que senti o cheiro até em meus CDs! Tentei cheirar as coisas mais deliciosas prá ver se enganava o cérebro, como suco de uva, meus perfumes, amaciante, chocolate em pó...nada. A memória do cheiro nauseabundo estava para sempre registrada em meu cérebro. Nesse exato momento, enquanto escrevo, posso jurar que minhas mãos - já tomei banho e usei meia dúzia de cremes - estão cheirando a cogumelos podres, e penso se isso não vai passar às teclas do computador e conseqüentemente ao texto.
Portanto, caros leitores, se enquanto lerem esse post surgir um cheiro desagradável tipo...o pior cheiro do mundo, por gentileza, queiram me perdoar. Eu jurava, de pés juntos e dedos cruzados, que era shitake!
terça-feira, 14 de julho de 2009
Saindo da casca
terça-feira, 7 de julho de 2009
Mundinho (Carta aberta)
Tem sido absolutamente chocante observar a maneira como todos vocês, nos últimos dias, "descobriram" Michael Jackson.
Eu, como já externei aqui, que sou uma admiradora há quase 15 anos, estou entre surpresa e revoltada. Então ele era mesmo bom, hein? Mesmo?! Um músico de extraordinário talento?! Um ativista dos direitos humanos? Um cara caridoso?!! Bom pai?!! Deveras interessante. Eu só me pergunto onde vocês estavam desde, sei lá...1965?
O talentoso e humanitário homem que hoje teve seu funeral-homenagem transmitido para cada canto desse planeta por quantos meios de comunicação existem foi assim desde...sempre. Michael não ficou extraordinário do dia pra noite, ou melhor dizendo, do palco para o caixão. O que aconteceu foi que grande parte de vocês sofria e sofre do maior mal que assola a humanidade: a ignorância.
Ou seria preconceito? Dá na mesma. Julgar sem conhecer é isso. O cara passou a vida tentando se explicar, sendo que não havia a menor necessidade. Por quê? Porque simplesmente não é da sua conta!
Vamos tocar nos pontos sensíveis? Vamos cutucar as feridas? Vamos falar das esquisitices? Vamos!!! Vamos sim!
Vamos primeiro falar de aparência. De fato, incomoda muito um homem que nasceu negro e morreu branco, provavelmente o único caso conhecido. É considerada uma negação da própria raça. Curioso foi observar o funeral hoje, em que mais da metade dos convidados que foi homenageá-lo, chamá-lo de IRMÃO, era negra. Para um homem racista, Michael deveria ser bem tolerante.
Filhos brancos, você disse? E que não eram dele, ainda por cima! Realmente um caso a se pensar. Três crianças absolutamente saudáveis e aparentemente felizes, sendo que uma delas não hesitou em pegar o microfone na frente de milhares de desconhecidos e chamá-lo de "o melhor pai que vocês podem imaginar". Faço idéia do tanto que Michael Jackson deveria parecer "monstruoso" para elas, para falarem assim. Além disso, se lhes parece errado uma pessoa criar crianças com quem não tem relação biológica (quem sabe se não tem, aliás? Eu conheci pessoalmente uma família em que o pai negro teve oito filhos, dos quais seis de pele branca) então é bom avisar Angelina Jolie e Madonna para "devolverem" as crianças negras e asiáticas que adotaram.
Plásticas! Como não? Coisa que ninguém fez nesse mundo, só Michael Jackson! De fato, seu rosto fora do comum dos últimos anos era o que se poderia chamar de estranho. Mas eu pergunto, por que padrões? No que a aparência incomum de Michael lhes era ofensiva, exatamente? Por que ele incomodava mais do que as milhares de pessoas que se tatuam (às vezes por inteiro), se furam com piercings dos pés a cabeça, quebram ossos das pernas para ficarem mais altas, retiram costelas para afinar a cintura, submetem-se à desnutrição para entrar em um padrão de magreza irreal e muitas vezes fatal? Se for para falar de inconformismo com o próprio corpo, olhem para o seus! Quantas vezes você desejaram ser mais altos, mais magros, mais fortes, terem outro nariz? A quantos sacrifícios que passam muito longe da preocupação com a saúde vocês se submetem para ficarem ridiculamente parecidos com os idiotas de imagem manipulada que vêem nas revistas?
Abuso sexual. A pior polêmica, a esquisitice mais revoltante. É de dar nojo as pessoas fazendo piada sobre um assunto tão sério. Rir na mesa do bar do "comedor de criancinhas" demonstra duas coisas: uma, que vocês realmente não se importam com o bem estar de criança nenhuma e outra, que a justiça realmente não deve existir. Ser investigado por anos a fio, ser julgado por cinco meses e absolvido realmente não deve ter peso nenhum. Eu me pergunto se fosse um filho de vocês, por quantos milhões de dólares vocês o venderiam a Michael Jackson? Nem por todo dinheiro do mundo?! Mesmo? E o que os faz pensar que só vocês são assim? Será que não havia entre os acusadores NENHUM que pudesse provar o crime? Nenhum exame físico, nada? E por que agora essa enxurrada de jornalistas dizendo que nunca viram nada errado, que tudo não passou de um mal-entendido, que "foi mal, Michael, desculpa aí?"
A resposta está na incrível capacidade humana de converter os mortos em santos. Não, Michael Jackson não era perfeito. Estranho que lhes pareça, era um ser humano. Difícil, polêmico e que provavelmente fez muitas escolhas erradas na vida. Mas é tarde para chorar agora, assim como é tarde para reconhecer que sua genialidade, talento e caridade ultrapassava muito seus comportamentos não convencionais.
Da próxima vez, não esperem tanto. Michael Jackson certamente, onde estiver, está apreciando suas flores, homenagens, seu choro. Mas o que ele queria mesmo, e que vocês nunca se dignaram a dar, era respeito. Muito tarde, agora.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Roteiro do fim do mundo
Como de acordo com os maias a até mesmo algumas previsões cristãs, o mundo deve acabar (ou pelo menos mudar de status) em 2012, como uma mulher prevenida, eu elaborei um pequeno roteiro das minhas atividades antes de prestar contas lá em cima. Segue:
- Começarei viajando à NY, onde visitarei as casas de shows em que minhas bandas favoritas tocaram e fizeram história, e vou visitar todo local de relevância cultural para o rock, o pop e o cinema;
- Farei compras alucinadas na Virgin Records pelo prazer de gastar e para ir à forra das várias complicações financeiras que em me meti/me meteram. Usarei um cartão de crédito falso com o nome do meu ex (o mais recente, só pra deixar claro!);
- De lá para Los Angeles, onde visitarei o túmulo de MJ (que merda, que merda!) e onde deixarei uma faixa: "Estou pau da vida por você ter ido, mas já te encontro. Com amor, Sabrina";
- Visita a todos os estúdios de Hollywood para dar uns pegas em que aparecer: Hugh Jackman, Robert Pattinson, Keanu Reeves, tudo sem fazer muita seleção, se der pra ser mais de um por vez, melhor, que poupa tempo;
- Visita à casa mocada onde Axl Rose se esconde (se ele durar até lá, porque do jeito que as coisas vão...). Orgias máximas de tequila, cigarros e sexo selvagem ao som de Welcome to The Jungle.
- Passo em Brasília, onde organizo uma festa com meus melhores amigos, e terei a condescendência máxima de colocar TODO MUNDO que me encheu o saco nessa vida pra trabalhar de garçom ou na faxina;
- Levo minha sobrinha e irmã menor ao parque, no tobogã, meu brinquedo favorito (e o único que tenho coragem relativa de enfrentar);
- Velejo com meu pai e compro uma dúzia de cachorros de presente pra minha mãe;
- Abraço minha irmã do meio e me esforço prá que ela entenda meu amor por ela;
- Vou pro Rio. Vejo meu primo tocar. E aguardo o juízo final em Ipanema, com uma garrafa de espumante.
E você? O que faria se soubesse que o mundo iria acabar?
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Michael
Michael e eu nos "conhecemos" quando eu tinha ainda treze anos. Numa tarde chuvosa de novembro, há quase quinze anos atrás, a extinta TV Manchete apresentou um especial com todos os clipes disponíveis dele, em preparação para os dois shows que ele faria em São Paulo algumas semanas depois. Eu tinha até então muito poucas referências de música pop, e sabia simplesmente que Michael Jackson era o cara "do clipe do lobisomem"; mas, naquela noite, depois de ser submetida a quase duas horas ininterruptas da magia que aquele homem produzia com sua voz e seu corpo, eu fui dormir apaixonada e embevecida: Michael Jackson passou a ser parte da minha história, da minha juventude e, ouso dizer, o árido terreno da adolescência foi para mim bem mais suportável porque ele existiu.
De lá para cá eu me tornei mulher e Michael se tornou aquilo que você acredita que ele era. Não importa, na verdade. Michael era tão superlativo, tão genial e tão maravilhoso que qualquer título ou classificação, qualquer palavra boa ou má, qualquer piada ou elogio que você atribua a ele era simplesmente pouco, muito pouco, diante do que ele representava - e vai continuar representando - para a música e para o mundo. Pense comigo: como defini-lo? Como traduzir em palavras - nada mais que um ajuntamento de letras - uma pessoa, um músico, um artista, que ultrapassava barreiras físicas, morais, étnicas, culturais? Clichês à parte, este pequeno planeta aqui nada mais era para ele do que um palco; e ele o dominou pelo tempo que aqui esteve.
Sim, porque venham tantos Justin Timberlakes quanto vierem, surjam tantos Jonas Brothers e Ushers e Britneys quanto a máquina da mídia conseguir produzir, eles são, coitados, meros coadjuvantes. Não havia música pop mais completa, rica e palatável do que a que era composta, cantada e dançada e por Michael Jackson.
Sem falar da emoção. Quem não sente uma nostalgia infantil ao ouvir Billie Jean ou não exclama "incrível!" ao ver o clipe de Black or White, ou ainda não fica arrepiado ao ouvir os primeiros acordes de Will You Be There, sinceramente, merece ser questionado quanto a sua capacidade de reação. Falta um bom pedaço do coração àquele que repudia a arte de Michael Jackson.
Quanto à personalidade controversa dele, quanto às (nunca provadas) acusações, quanto à sua aparência, eu nada tenho a dizer. Tenho minhas convicções quanto ao caráter dele. Mas, como afirmei antes, não importa. Tanto não importa que, agora à noite, quando conversei com um jornalista de um jornal local, em nenhum momento ele me perguntou o que eu achava do nariz de Michael, de sua pele multicor ou de seu hábito de se fantasiar com máscaras cirúrgicas: ele perguntou o que eu sentia e o que Michael representava para mim.
Eu digo: Michael era como um amigo distante. Geograficamente distante. Sabe quando conhecemos alguém, essa pessoa se torna muito querida e o destino nos afasta e nunca mais tornamos a vê-la? Pois Michael era isso, o amigo querido que infelizmente nunca vi. Sua música me emocionava e alegrava, sua dança me embevecia e suas aparições públicas sempre aguçavam minha curiosidade. Sei muito de sua história pessoal e musical, li e vi muita coisa sobre ele, escrevi sobre ele em várias fases de nossas vidas - minha e dele - tenho uma vasta coleção de discos, revistas, vídeos, acompanhei seus casamentos, o nascimento de seus filhos, seus shows pelo mundo, suas raras entrevistas, sei de cor piadas que ele fazia até sobre si mesmo - ele era extremamente inteligente e tinha grande senso de humor - e o que eu sinto, hoje, no dia de sua morte (palavra pesada que não se deveria aplicar aos mitos), é uma grande saudade. E me aproprio das palavras de outro artista, Renato Russo: saudade que eu sinto de tudo o que eu não vi.
Porque Michael se foi muito antes do que deveria. Muito antes de eu desenvolver a capacidade de compreender o mundo sem ele. Ele tinha ainda que se apresentar a um público ansioso que o aguardava em Londres, lançar mais alguns discos, criar mais algum burburinho na mídia, se aposentar em alguma mansão da Califórnia ou do Barein e aí então...
Mas o coração do homem que reinventou e sustentou a música pop durante cinquenta anos de vida e praticamente quarenta e cinco de carreira estava fraco demais. Talvez porque ele exigisse muito de si mesmo, mas muito provavelmente também porque exigiram muito dele. E não houve qualquer traço de indulgência do mundo em relação a Michael Jackson nos últimos anos. Estranho, porque sabemos ser tão lenientes com pessoas que comprovadamente lesam o próximo (Sarney, só para dar um exemplo atual), mas não houve benefício da dúvida para Michael. O artista que afetou a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo com sua música era um completo alienígena para a maioria de nós.
Mas não para mim. Eu sou grata por ele ter existido, emocional e bobo que isso pareça. Para mim, Michael fazia muito sentido, todo o sentido do mundo. E é por isso que me permito algumas lágrimas e um profundo pesar pela morte do meu amigo: o maior artista pop que já existiu.
Vá em paz, MJ. Sentirei muita, muita saudade.