domingo, 19 de setembro de 2010

Start over...yet again

Essa semana terei que me desfazer de algo que é o último símbolo de um passado que, um dia, terei esquecido completamente. É uma representação física do tanto que já fui irresponsável, desmesuradamente apaixonada, confiei em quem não devia e da minha falta de planejamento. Em contrapartida, foi também uma conquista e algo que me serviu bem por dois anos.

É incrível como superar dificuldades demanda muito mais tempo do que criá-las. Se eu soubesse na época o que sei hoje, será que teria condições de ter me preservado, a ponto de nunca ter precisado chegar aqui? E não adianta me questionar agora, as coisas aconteceram, o mal já foi feito, a irresponsabilidade que antes era meu guia já se transformou num cobrador sério, e as dívidas literais ou figurativas já estão aqui, sendo cobradas agora, não pelos outros, mas por mim mesma.

Tenho dívidas com a pessoa que fui, eu não consegui ainda perdoá-la por seus erros, ainda não consegui me livrar do sentimento de culpa de ter afetado tanta gente ao meu redor com minhas loucuras, de ter me afetado tão profundamente. Enquanto agora há uma mobilização da minha família, principalmente, para que eu me erga de novo, uma tristeza profunda toma conta de mim, não só desejando que eu tivesse me comportado diferente, mas envergonhada, doída, pensando em tudo que cheguei a conquistar e perdi.

E ainda me dói o coração por um sentimento que cultivei sem licença, nem dele e nem minha. Uma bobagenzinha que deixei crescer mais do que deveria e, claro, está me trazendo agora uns frutos amargos. Nada que o tempo mesmo não se encarregue de esmorecer e eventualmente apagar, mas o problema é esse por enquanto que já se configura infinito (enquanto dura).

Mas o importante é que tenho fé, ou, pelo menos, tento me convencer que ainda tenho. E tenho amigos também, muitos e bons. E, felizmente, há uma solução para ambos os problemas, o que tem me faltado realmente é coragem. De qualquer forma, um dos problemas se resolverá nos próximos dias e o outro...bem, ao que tudo indica, está se resolvendo à minha revelia.

Não é nada tanto assim, como diria aquela música, mas é que eu acho que depois de tudo o que passei desde 2008 eu realmente não precisava/merecia sofrer mais nenhuma perda. Mas Deus é quem sabe, bem melhor que eu, do que eu preciso. Sei que é impossível sobreviver incólume, embora eu quisesse.

Um comentário:

  1. Pensei em deixar um comentário, mas não há muito o que comentar sobre o seu texto, então passo só para dizer que embora triste, é sempre muito bem escrito.
    Lovíu!

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