terça-feira, 5 de maio de 2009

Aqui não tem gripe suína...

...nem enchente, nem desastre, nem filho de cantora baiana internado em hospital, nem shopping lotado no Dia das Mães (apesar de ninguém ter um tostão - or so they say). Aqui vai ser só "Alegria, Alegria". De amarga já basta a vida.

ATENÇÃO: ESSE POST CONTÉM SPOILERS DO FILME. NÃO LEIA SE AINDA PRETENDE ASSISTIR!
Aproveitanto a chegada de Hugh Jackman ao Brasil (nunca ninguém me avisa de um trem desses, pra eu me jogar lá no chão do aeroporto :)), vou falar de X-Men The Origins: Wolverine, que, como anunciado, fui ver sexta-feira passada.
Em primeiro lugar é importante ressaltar que eu estava há dois anos, desde X-Men: O Confronto Final (o pior da trilogia, na minha opinião), aguardando Wolverine. Então imaginem vocês a minha ansiedade ao entrar no cinema lotado, no fim da tarde de sexta.
O início (que acaba se fundindo com uma seqüência de abertura interminável) prometia: o pequeno James Logan (Wolverine) vê aquele que pensava ser seu pai ser morto pelo pai de seu amigo Victor Creed. Nervoso, sofre a primeira manifestação da mutação. Coisa bem típica de adolescente :) Bom, eu sempre achei que a mutação do Wolverine fosse só a regeneração, então fiquei muito surpresa quando vi que o menino já exibia garras, mas de osso. Logo fica claro quem é Victor Creed, ele é Tigre Dentes-de-Sabre e meio-irmão de Wolverine.
Juntos, os dois fogem da casa dos pais e, já adultos, aparecem lutando em várias guerras desde o fim do século 19 até o século 20. Essa seqüência serve de pano de fundo para a rolagem dos créditos, mas eu, que odeio guerras, fiquei meio de saco cheio, até porque as cenas ficaram muito semelhantes entre si. Como eu vou saber se a guerra era a da Coréia e não a do Vietnã, se todo mundo em volta tinha olho puxado?
Logo ambos se juntam a um grupo de mercenários comandado por um ainda jovem William Stryker (não vou poder ficar explicando todo personagem aqui, mas é pai do mutante Ilusionista e responsável pela Arma X). Essa parte é bem divertida, pois apresenta alguns mutantes que não apareceram significativamente em nenhum filme anterior de X-Men, como Bolt (controla campos elétricos) e Wade, interpretado por um ótimo Ryan Reynolds e que se "transforma" ao longo do filme.
O maior problema dos mercenários, tirando os desmandos de Stryke, é obviamente o temperamento 'pit-boy' de Dentes-de-Sabre, o que acaba levando Wolverine a abandonar o grupo e se tornar lenhador, profissão pela qual ele se tornou conhecido nos quadrinhos, mas não no cinema nem nos desenhos animados. Nesse ponto, nosso pacato Wolvie vive numa casinha na montanha com a mulher de seus sonhos, jurando que a vida é bela e que ser mutante é 'super normal'. O problema é que alegria de canadense dura pouco e logo Dentes-de-Sabre sente falta do mano querido e resolve - olha só que simpático - dar um fim na quase-cunhada pra chamar a atenção. Aí o bicho pega!
Nosso herói lenhador resolve que vai, literalmente, descer o pau. Convencido por Stryker, deixa-se participar de uma experiência que funde a seus ossos o super-mega-ultra-plus indestrutível adamantium (a famosa experiência da 'Arma X'. Vou explicar mais não, vá ler!). O problema é que quase não dói e o coitado por pouco não pifa. Nesse trecho, cenas de Wolverine correndo nu do laboratório e pulando numa cachoeira me arrancaram suspiros tão profundos que baixei o nível de oxigênio do cinema. Certeza.
Depois então que Wolvie dá a muléstia, sai perseguindo Dentes-de-Sabre a vida toda, e eles se encontram e sentam a pua um no outro bem umas cem vezes (outra coisa chata à vera no filme, o tanto de lutas entre esses dois personagens...todo mundo sabe que nenhum dos dois vai morrer, então...what's the point?), até que Wolverine conclui que Sabre só pode estar agindo "mancomunado" com Stryker, e resolve que o pau vai comer agora é prá geral, sobrando até pro pipoqueiro e a bilheteira do cinema.
Na tentativa de achar Stryker, Wolvie dá uma chegadinha até Nova Orleans onde encontra...tchan, tchan, tchan, tchannnnn...Remy LeBeau, o nosso Gambit que, infelizmente, aparece pouquíssimo em relação à sua importância pros X-Men e pra duração do filme. Taylor Kitsch ('Jesus, Me Abana!', mas abana MESMO!!!) está muito bem no papel do mutante charmoso e ladino que emprega energia cinética a objetos cotidianos, principalmente cartas de baralho. As cenas de confronto com Gambit são alucinantes em termos de efeitos especiais. Dá até pena de não ter um controle remoto na mão e ficar apertando rewind.
Na base da boa e velha ameaça, Wolverine consegue a colaboração de Gambit pra encontrar Stryke e sua ilha perdida. Lá, começa a porradaria generalizada (de novo!) e descobre-se que muitos jovens mutantes (incluindo Ciclope, interpretado por um moleque com cara de boneca de porcelana - agonia da cara dele!) estão presos na ilha servindo de "doadores" de poderes para Deadpool (Ryan Reynolds, já 'transformado').
Wolverine então desce mais o pau em toda a comunidade e aí eu já estava tão cheia de ver pancada, garras pra fora, dentes, o caramba a quatro, que só uma apariçãozinha bacana de Gambit mesmo pra salvar esse quase-final. O final-final mesmo, não conto.
Minha avaliação é uma nota sete e olhe lá. O roteiro deixa muito a desejar. Apesar de ter bons momentos de humor (Ryan Reynolds, viva!), o sarcasmo de Wolverine não está tão evidente, e na minha opinião (e de muitos) esse é o melhor traço de sua personalidade. Não que Hugh Jackman tenha perdido o jeito, ainda é o papel que ele sabe fazer melhor e meu Deus, como ele está sexy e em boa forma, mas sabe quando poderia ter sido mais? Bem, talvez a culpa seja da minha expectativa, muito grande. Mas talvez seja mesmo um filme divertido, mas 'passável'. Nada comparado às potências de X-Men 1 e 2, esses sim, inesquecíveis.

Um comentário:

  1. Bravo! Gostei muito, minha querida!
    Adoro seu toque pessoal nas resenhas!
    (Fico imaginando a senhorita no cinema hiper-ventilando nos momentos "Jesus-me-abana"!) Hehehehe

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