quinta-feira, 11 de junho de 2009

Namorados e Facas Ginsu

Se você tem companhia para comemorar a data de amanhã, parabéns! Se você não tem, felicito-o(a) igualmente. Muita gente não sabe, mas ter namorado(a) é mais ou menos a mesma coisa que adquirir um jogo de Facas Ginsu. A gente fica na maior felicidade com as “mil e uma utilidades” de ter uma companhia, mas ao mesmo tempo tem que estar consciente que a “aquisição” não é, em absoluto, a solução de nossas vidas.
Quando eu ainda estava cursando o Ensino Médio lembro que o 12 de junho tinha um impacto tão significativo (especialmente nas meninas), que chegava a ser engraçado. Ao final das aulas, a recepção do colégio estava abarrotada de buquês, cestas, bichos de pelúcia, o diabo. Por um lado, pareciam as boas-vindas em um hotel pra uma estrela hollywoodiana qualquer. Por outro, era meio parecido com um funeral de rico: de um lado, os herdeiros (leia-se as meninas que haviam recebido buquê) sorriam disfarçadamente, orgulhosas de serem objetos de tanta “idolatria”; do outro, os parentes esquecidos do testamento (neste caso, as solteiras ou com namorados “distraídos”), secretamente amaldiçoavam as bem-amadas, as floriculturas e até o próprio Santo Antônio, enquanto exibiam sorrisinhos amarelos de “é... sou solteira / meu namorado se esqueceu, e daí?”.
Havia ainda as pobres vítimas dos presentes bregas, como uma ex-amiga que, à saída das aulas, foi avisada que havia uma imensa faixa rosa-fosforecente com seu nome e uma melosa declaração de amor escrita pendurada bem no portão de entrada do colégio. A vergonha (seguida de uma hilária crise de raiva) foi tanta que ela foi incapaz de ir até lá retirar o trambolho. Implorou para que algumas colegas (entre elas, eu) fossem lá e dessem um fim no elefante-cor-de-rosa, que acabou enrolado e enfiado na lixeira, diante da risadaria geral.
Agora que já estou “crescidinha” (há controvérsias...) vejo que a agonia daqueles tempos (sim, até praticamente o fim do meu terceiro ano eu fazia parte da metade “desfavorecida”) foi completamente em vão. Isso porque acho que, com minhas poucas – porém mais do que válidas – experiências aprendi que de nada valem flores, bombons, declarações (ou seja, todas as maravilhosas surpresas das Facas Ginsu), se elas não vêm acompanhadas de compreensão, carinho, cumplicidade e, mais do que qualquer coisa, respeito (na minha analogia maluca, seria uma espécie de “manual de instruções”). Tem muita gente que parece não saber, mas, muitas vezes, amigos e parentes são tão ou mais eficazes na boa execução do manual de instruções do que qualquer namorado(a).
Sendo assim, não adianta, ao se estar solteiro(a), procurar “engatar” num namoro só porque ele aparenta ter vantagens “que nenhum outro produto do mercado apresenta”. É desperdício de energia, tempo, até de dinheiro (já que muitas relações são movidas a isso, infelizmente). É importante não se deixar seduzir pela “propaganda”, pela pressão social, por nada disso na hora de adquirir suas “Facas Ginsu”. Elas podem ser ótimas para “aparar arestas” mas, definitivamente, não vão “quebrar todos os galhos”.

Feliz Dia dos Namorados!

4 comentários:

  1. Interessante analogia...
    Eu também fiz parte do grupo das desfavorecidas, mas não apenas durante o Segundo Grau. Durante os cinco anos como universitária também. E acredite, pra mim era bem pior - a autora do Blog sabe o porquê...
    Em duas semanas entro no time das Balzaquianas, e há apenas 3 anos passei pela primeira (na vida!) o dia 12 com alguém.
    Digo que valeu a espera.
    :)

    ResponderExcluir
  2. Mais do que tudo, não podemos nos deixar levar por uma data comercial, fruto do capitalismo babaca que vivemos.
    Todo dia é dia dos namorados! Todo dia vc pensa e age com o objetivo de harmonizar a sua relação com aquela pessoa que é (ou ao menos deveria ser) sua melhor amiga!
    Eu celebro o meu namoro sempre que posso (sempre que o meu mau humor crônico deixa!...)
    Bjos e feliz dia dos namorados pra vc tb! Bjos, Lívia

    ResponderExcluir
  3. Durante muito tempo achei que o comércio tinha criado o dia dos namorados para fazer as pessoas se sentirem mal. Durante muito tempo mesmo e inclusive quando eu tinha "companhia" para passar o bendito dia...

    Hoje é o terceiro dia dos namorados que eu passo bem acompanhada. Mas, concordando com você, olho para as pessoas sozinhas à minha volta e pergunto: por que a simples companhia é importante somente neste dia? Carinho, compreensão, amizade, cuidado não são importantes, somente os chocolates, perfumes e flores?

    Mesmo tendo namorado a minha opinião não mudou em relação ao dia dos namorados. Não tenho frustração nenhuma com o meu namoro, aliás, pelo contrário, estou, sim, muito feliz. Mas fico muito triste ao ver que as pessoas ainda dão valor a esse tipo de clichê. E presas a esse clichê, sofrem, choram, se torturam por não ter ninguém a quem dar chocolates no dia de hoje... faça-me o favor, né??? Esse tipo de gente tem que viver de Facas Ginsu mesmo...

    ResponderExcluir
  4. Ninguém melhor que você meu anjo, conheco o que sinto à respeito desta bela data.


    Quando você estiver livre, confira este site:

    http://www.rockwave.com.br/bandas/estudioreflexivodosom/


    Bjs.


    Até Mais

    ResponderExcluir