quarta-feira, 17 de junho de 2009

Blergh! (ou porque Twilight é muito mais higiênico que a maioria das obras de ficcção)

Então...depois de cinco meses mergulhada no Universo Meyer, eu comecei a procurar alguma coisa interessante, empolgante e romântica para ler. Segui a sugestão de uma amiga e peguei emprestado O Leitor, de Bernhard Schlink.
Meu comentário sobre o livro é que a culpa é minha por não ter gostado. A narrativa seca e sem floreios me desempolgou. Os capítulos são absurdamente curtos e às vezes eu tinha a impressão de que o autor poderia ter explorado mais a (aparente) complexidade de seus personagens. Seguindo uma linha parecida, de um tímido adolescente que é iniciado sexualmente por uma mulher alemã de forte personalidade, houve um livro de que gostei bem mais, chamado Amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade. Além do mais, não ajudou eu ficar a todo momento esperando que aparecesse o vampiro gostoso que iria tornar a história cem por cento interessante... :)
Bom mesmo foi que dei o livro de presente e se o amigo a quem presenteei está lendo isso agora ele deve estar bem feliz com a minha escolha. Desculpa, querido, juro que foi bem recomendado!!! Da próxima, vou me garantir e te dar algum presente que contenha álcool...sorry... :(
Já o filme...bom, vi o filme com uma grande amiga minha no sábado passado, num desses dias em que ambas tiramos para tirar o atraso da conversa e dos DVDs acumulados. Já tínhamos visto Crepúsculo (a primeira vez dela e a trigésima nona de yours truly), o Menino do Pijama Listrado (vejam, vejam, vejam, MUITO BOM!!!) e havíamos feito tentativas frustradas de ver Trama Internacional, com o Clive Owen (filme de dar nó no cérebro, muito confuso, daqueles que têm o final no meio, evite após as refeições!), Click (meu DVD odeia tanto Adam Sandler que se recusou a rodar) e O Casamento de Rachel, que estava sofrendo de um leve delay, com as falas saindo aproximadamente cinco minutos depois dos personagens fecharem a boca. Não houve jeito, então, e vimos O Leitor. Eu ainda não havia terminado de ler, mas pensei:"o que de tão revelador pode haver no filme?" - ARRÁ!!! Antes tivéssemos revisto todas as temporadas de Dawson's Creek, eu hoje não me encontraria nesse estado de trauma!
Começa que logo na primeira cena o personagem principal vomita BALDES. E eu ODEIO essas cenas realistas!!! Poderia ter gostado muito mais de Kids se a cena em que um dos moleques se masturba não fosse tão detalhadamente nojenta! Mas enfim...
Estávamos lá as duas concentradinhas, vendo uma das vinte cenas de sexo protagonizadas por Kate Winslet e pelo moleque que eu não vou me dar o trabalho de procurar o nome quando...pan! - algo negro chama nossa atenção. Em princípio, uma não falou nada pra outra, no evidente constrangimento que a imagem produziu, mas uns cinco mintos depois, a minha amiga:
- Escuta, você viu...
E eu:
- Não tenho certeza, será que era?
- Cara, não é possível!
- Volta aí.
Voltei. Congelei a cena. Era. Era mesmo. Lá estava ele, tomando toda a tela. O escuro, enorme, e arrasador SOVACO CABELUDO DE KATE WINSLET!
Constatada a verdade pungente, eu e minha amiga soltamos em uníssono um estrangulado:
-AAAAAAAARGGHHHHHHHHHHHH!!!!!
Coisa nojenta. Era muito, muito cabelo. Tipo...trança.
Acabou a poesia. Acabou o lirismo. Acabou o romance. Dessa cena em diante, depois de uma crise de riso praticamente incontrolável, toda a nossa concentração no filme foi pra cucuia. A partir de então, só o que fazíamos era aguardar um novo flash do sovacão, procurando avistá-lo em todas as cenas (pra poder fechar os olhos a tempo e não sermos pegas de surpresa por uma exibição em close que poderia prá sempre queimar nossas retinas!) numa atitude meio "onde-está-o-Wally" de sovaco.
E ele apareceu, pelo menos mais umas duas vezes. Sem brincadeira, eu espero que seja um sovaco "cenográfico" ou até mesmo digital, porque se a Kate Winslet entregou o corpo à ação da natureza eu...sério, eu não quero nem pensar!
Quando já estávamos quase conformadas com os excessos capilares das axilas de Mrs. Winslet, surge a cena do banho( há várias cenas de banho e de sexo no filme, então dá pra se imaginar que são duas horas de tentativas constantes de se preservar a vista). Lá está Kate, esfregando vigorosamente o rapazinho, que por sua vez está de pé numa banheira. Aí então a câmera se afasta e o moleque aparece em nu frontal. Minha espirituosa amiga grita:
- Aaaaaaaah nãããããoooo!!! Bushes, bushes, bushes!!!!
A quantidade de pelos pubianos que adornava a "torneirinha" do indivíduo, se retirada e transformada em peruca, faria inveja à Cláudia Ohana, Sônia Braga e Elba Ramalho JUNTAS. Que c*r*lho de filme é esse, em que todo mundo vai normal até um certo ponto (as pernas de Kate estão lisas como quem depila a laser) e chega nos lugares mais improváveis e BAM! - uma mata atlântica se revela?
E não me venham dizer que é assim mesmo, que européia não se depila(va), ainda mais nessa época. Primeiro que o livro, embora descreva bem o físico de todos os personagens, em momento nenhum menciona os cabelos que não estejam na cabeça. Depois, tenho certeza que nem o mais exigente crítico de cinema iria se incomodar se visse as axilas de Kate depiladas e lisinhas, ninguém sairia do cinema dizendo "não gostei do filme, onde estão os sovacos cabeludos?".
Depois dessa, desistimos de ver qualquer outra coisa. Sabe-se lá o que mais poderia aparecer. Além disso, já vai ser suficientemente perturbador imaginar a quantas anda a "mata" da Sra. Winslet toda vez que a virmos glamurosa em seus Versace, no tapete vermelho do Oscar.
Uma dica aos produtores: realismo tem limite. Se as axilas de uma atriz conseguem chamar mais minha atenção do que a história, tem algo errado, e não é comigo.
É por isso que eu continuo gostando dos limpos, perfumados, bem vestidos e bem "aparados" vampiros de Crepúsculo. Vampiros podem não existir, mas eu prefiro fingir que sovacos femininos cabeludos também não.

Kate Winslet, belíssima em Titanic, provando que em 1908 já havia gilete.

3 comentários:

  1. SEN-SA-CIO-NAL!

    "porque se a Kate Winslet entregou o corpo à ação da natureza eu..."

    POESIA PURA!

    E eu mijando de rir com o texto; especialmente com a parte de sair do cinema decepcionado por falta de pentelhos nas axilas...

    BEIJOS!

    Leo.

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  2. Nem o olho torto, nem a risada freak-show do Thom Yorke!
    No mínimo dez anos de terapia para se recuperar do trauma.

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  3. Olha... foi uma noite e tanto... claro que muito por causa do que se foi conversado, e todos os insights produzidos, mas tb pelos filmes... foi quando notamos que todos os filmes que eu levei tinham alguma relacao com a Alemanha... estranho, nao? Foi totalmente aleatorio! Depois pelos desastres da trilogia de filmes que nao prestaram por qualquer razao... mas essa dos bushes ganhou o oscar... quem eh que se lembra da historia?? Bushes e bushes nojeeentos... 5 da manha e a gente gritando de nojo... kkkkkkkkkkkkkk
    Repetiremos, mas sem bushes, ta?
    Beijos
    *Espirituosa amiga

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